Inconsciente

“Enquanto o homem for incapaz de controlar suas emoções ou de tornar-se consciente das inúmeras maneiras secretas pelas quais os fatores inconscientes se insinuam nos seus projetos e decisões, certamente não será seu próprio dono”
Jung

 

Não é possível falar de autoconhecimento sem conhecer a parte mais importante de nossa psique: o inconsciente.

Mas para entender o inconsciente vamos começar pensando o que representa o mar para você. Quando pensa no mar o que sente? Observe a imagem abaixo. Pense em uma ou duas palavras que vierem à sua mente…

 

 

Pensou? O que sente? Pode ser apenas uma palavra… Agora substitua a(s) palavra(s) que você pensou sobre o mar pela palavra inconsciente. E agora você deve estar se perguntando: “o que o mar tem a ver com a Psicologia?”

Tudo! Não só com a Psicologia, mas principalmente com o inconsciente, que é o foco central do meu trabalho como Analista Junguiana.

Mas vamos lá… O que respondeu sobre o mar significa como você se sente em relação aos conteúdos que estão em seu inconsciente. Por que? Porque mar representa simbolicamente o inconsciente.

Como assim? Por exemplo, se respondeu que mar simboliza medo, é provável que sinta medo dos conteúdos do seu inconsciente. Se mar significa “imensidão, liberdade, paz”, é assim que o percebe. Essa é sua simbologia pessoal sobre o mar, e cada pessoa tem a sua. Veremos mais nas explicações abaixo sobre simbologia.

Você sabe qual o motivo que a home do site tem um vídeo de mar? Você percebeu que nas demais páginas também tem uma imagem do mar? Veja no topo da página. É como se fosse um convite para você começar e entrar em contato com seu inconsciente. Vamos entender um pouco mais a relação do mar com o inconsciente.

Na imagem do iceberg abaixo, qual parte você considera que seja o correspondente ao inconsciente? A parte exposta, superficial ou a parte submersa e profunda no oceano?

 

 

Sim, o inconsciente representa a parte mais profunda.

Como pode perceber o inconsciente é enorme, pois tudo que você viveu, quer lembre ou não, está registrado nele, desde sua concepção até o momento presente.

Enquanto não houver autoconhecimento, a maior parte de seus comportamentos, atitudes, decisões, reações, e principalmente suas escolhas, serão regidas pelo inconsciente, por isso é tão importante entender sua linguagem.

Você acredita que suas decisões e/ou escolhas são realizadas pelo consciente? Com certeza não! As decisões que tomamos não se baseiam em pensamentos conscientes, as decisões verdadeiramente importantes são realizadas pelo inconsciente.

Para termos uma ideia da capacidade de nosso inconsciente, o biólogo Bruce Lipton, da Universidade da Nova Zelândia, autor do conhecido livro Biologia da Crença, cita um estudo sobre a diferença entre consciente e inconsciente: enquanto a mente inconsciente processa cerca de 11 milhões de estímulos ambientais por segundo, o consciente processa apenas 50 no mesmo tempo.

Devemos lembrar que segundo Jung temos 3 níveis psíquicos:

  • consciente
  • inconsciente pessoal
  • inconsciente coletivo

A imagem do iceberg abaixo demonstra como funciona nossa psique: a consciência fica na superfície, lugar onde a maioria das pessoas vive, ou seja, sem autoconhecimento, vivendo no automático, hipnotizadas, adormecidas.

inconsciente pessoal é profundo, portanto, para que possa acessar seus conteúdos é preciso ir a fundo, analisar seus conteúdos, sair da zona de conforto, questionando e confrontando as dores  reprimidas; e o inconsciente coletivo é ainda mais profundo.

 

– Consciente:
Campo restrito da psique. Tudo aquilo que estou consciente. Capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento. A mente consciente pensa que sabe tudo, mas na verdade não sabe de nada!!!

– Inconsciente Pessoal:
A palavra inconsciente vem do alemão “unbewusste” e quer dizer literalmente desconhecido. Ou seja, o inconsciente é o que desconhecemos de nós mesmos. É formado por conteúdos de natureza pessoal: recordações pessoais, experiências, sentimentos, abusos, traumas, que já foram, ou não, conscientes e desapareceram por terem sido esquecidos ou reprimidos.

Este material não é perdido, mas não é facilmente lembrado. Pode-se dizer que o inconsciente é semelhante a um porão, onde se guarda tudo que não queremos ver e onde há bem mais coisas que imaginamos. Ou seja, as imagens, pensamentos, sentimentos e ideias esquecidas não deixam de existir, apenas foram reprimidas/arquivadas no inconsciente.

A qualquer momento, às vezes depois de muitos anos, mediante um fator desencadeador, um gatilho, podem ressurgir, provocando certas reações e comportamentos que não entendemos.

 Jung define o conteúdo do inconsciente da seguinte forma:
Tudo aquilo que eu sei, mas que não estou pensando no momento.
Tudo que já me foi uma vez consciente, mas agora está esquecido.
Tudo o que foi percebido pelos meus sentidos, mas não notado pela minha mente consciente.
Tudo que involuntariamente sentido, pensado, lembrado e feito sem que tenha prestado atenção.
Todas as coisas futuras que vão tomando forma em mim e chegarão, em algum tempo, à consciência.

Para Jung, cada um deve explorar o seu próprio inconsciente. Ao compreender a origem de alguns conflitos emocionais, que geralmente são inconscientes, é possível libertar-se deles ou amenizar sua influência. E é ele quem vai decidir todas suas escolhas, sem sequer perceber. É um nível de nossa mente que opera de forma automática.

É por isso que quando sentimos uma dor emocional, de nada adianta negar o que sentimos, como se não existisse, isso não fará com que desapareça, apenas ficará reprimida em nosso inconsciente e poderá se fazer presente pelos sintomas físicos e/ou repetições de padrões. Se quiser saber mais sobre esse assunto, acesse artigos psicossomática no final dessa página.

 

– Inconsciente Coletivo: Conceito criado por Jung.
Não inclui nenhum conteúdo pessoal, mas apenas conteúdos universais, coletivos; ou seja, não foram adquiridos pela experiência pessoal. São conteúdos que nunca estiveram na consciência.

inconsciente coletivo parece ser constituído de algo semelhante a temas ou imagens de natureza mitológica. Toda a mitologia seria uma espécie de projeção do inconsciente coletivo. Os instintos e os arquétipos formam o inconsciente coletivo.

Esse conceito foi um dos motivos da separação de Jung com Freud, que não o aceitou.

Jung escreveu:

“… o inconsciente coletivo contém, não só componentes de ordem pessoal, mas também impessoal, coletiva, sob a forma de categorias herdadas ou arquétipos. Já propus a hipótese de que o inconsciente, em seus níveis mais profundos, possui conteúdos coletivos em estado relativamente ativo, por isso o designei inconsciente coletivo.

“É preciso muita coragem para levar a sério o inconsciente e enfrentar os problemas que ele desperta”
Jung

O objetivo ao fazer Psicanálise (Freud) ou Análise Junguiana (Jung) é equilibrar consciente X inconsciente.  Ambas teorias, entre outras, investigam conteúdos do inconsciente, tornando-os conscientes.

Você já identificou alguns de seus conteúdos inconscientes?

 

Para acessar conteúdos inconscientes temos diversas teorias, entre elas a Psicologia Analítica, criada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que busca  conteúdos inconscientes no processo da análise. Acessar conteúdos inconscientes é um dos focos principais durante o processo de análise.

E como o inconsciente envia suas mensagens? Pelos sonhos oníricos, sintomas e/ou doenças, insight/intuição, repetição de padrão, sincronicidade, linguagem corporal e pela técnica da Imaginação Ativa de Jung.

Para entender como o inconsciente se expressa, vamos entender um pouco mais sua própria linguagem:

  • Símbolos: universal e pessoal
  • Sonhos
  • Atemporal
  • Imagens
  • Emoções
  • Arquivo
  • Imaginar ou realizar é =
  • Repetição de padrões
  • Imaginação Ativa
  • Doenças e/ou sintomas físicos
  • Linguagem corporal

– Linguagem Simbólica: Símbolos
consciente possui sua própria linguagem e se comunica através da palavra. A linguagem verbal é o instrumento do pensamento lógico, das elaborações do raciocínio.

Já o inconsciente tem uma linguagem diferente, e se expressa principalmente através de símbolos, sejam pelos sonhos, sintomas e/ou doenças, repetição de padrão e pela meditação.

A função do símbolo é ser um intermediário, um “mediador” entre o consciente e o inconsciente. Uma vez que o símbolo surge do lado criativo do arquétipo, ele vem repleto de significado, com valor afetivo e sempre desperta uma emoção.

O símbolo também é um transformador psíquico de energia e contém muita informação.

Nos leva a uma conexão entre aspectos conscientes e inconscientes.

Há dois tipos de simbologias:

  • Simbologia Universal: É a linguagem que é conhecida por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo. Ou seja, a palavra mãe para qualquer pessoa pode significar aquela que gera.
  • Simbologia Pessoal: Difere da universal, pois o diferencial aqui é o significado que tal coisa ou situação tem para determinada pessoa e não para toda e qualquer pessoa. O que vale na simbologia pessoal é o significado que há para você. O que sente quando pensa em “mãe”? A resposta é sua simbologia pessoal, assim como a palavra que você associou ao mar.

Por exemplo, a palavra mãe para um pode representar aquela que acolhe, nutri, protege; para outro, pode significar exatamente o contrário, aquela que abandona, humilha, despreza.

simbologia pessoal é totalmente influenciada pelo histórico de vida de cada um, por isso quando for fazer qualquer interpretação do seu inconsciente é a simbologia pessoal que deve ser considerada.

Um exemplo de simbologia é a música Aquarela do Toquinho. É repleta de símbolos.

Para entender melhor o inconsciente é preciso saber como se expressa:

– Sonhos:

Segundo Jung, os sonhos são os maiores recursos que temos de autoconhecimento e mensagens secretas para se obter o equilíbrio emocional. O sonho é uma representação simbólica de conteúdos inconscientes e sua principal função é regular o equilíbrio da energia psíquica.

“A linguagem do inconsciente são os símbolos e 
um dos meios de comunicação são os sonhos”
Rosemeire Zago

 

Quando há um conflito entre consciente e inconsciente, há uma tensão psíquica em função da energia represada e, os sonhos podem representar esse conflito através dos símbolos.

O sonho é a forma do inconsciente se expressar, com o propósito de compensação, como se fosse uma fotografia do inconsciente.

 

”Falar de sonhos sem se aprofundar é impossível,
é o mesmo que querer ir ao fundo do mar
sem sair da superfície”
Rosemeire Zago

 

Compreender a linguagem do inconsciente é imprescindível para a interpretação dos sonhos. As técnicas mais conhecidas de interpretação de sonhos são as baseadas nas teorias de Freud e de Jung.

Se você quer aprender a interpretá-los, não recorra a “manuais de sonhos”, procure ajuda de um profissional qualificado. Mas para você que deseja aprender a interpretar essa linguagem tão importante do inconsciente, não pode deixar de ler o eBook: Os Sonhos e seus Significados, que escrevi. Com uma linguagem clara e acessível você irá encontrar uma síntese dos principais conhecimentos sobre os sonhos segundo a teoria de Jung. Lembre-se: os sonhos são uma das ferramentas mais poderosas de autoconhecimento!

 

– Atemporal:

Para o inconsciente não há passado e futuro. É como se tudo acontecesse junto, não há limitação, nem divisão de tempo. Por isso em nossos sonhos pode vir tudo misturado, uma cena do passado junto com outra atual.

“Só você poderá libertar-se das sensações do passado,
dissolvidas na atemporalidade do porão dos seus problemas”
Jung

– Imagens:

O inconsciente fixa e trabalha com as imagens. Quando você se lembra de um sonho, o que fica mais registrado, as imagens ou as palavras? Se você respondeu que são as imagens, acertou! São as imagens e não as palavras.

Quando quiser conseguir algo, trabalhe com as imagens que correspondam ao que você deseja.

Por exemplo, se você falar: “não quero ter um acidente”, ele irá ignorar o “não”, registrará a imagem do acidente, e irá buscar uma imagem já registrada anteriormente para realizar o que deseja. Por isso você deve pensar e/ou falar: “quero estar em segurança”.

Outro exemplo: se quer emagrecer, nunca diga: “não quero ficar gordo”, pois da mesma forma, seu inconsciente irá ignorar a palavra “não” e irá buscar a referência de uma imagem registrada, que em algum momento você viu, e nem lembra conscientemente, e fará de tudo para realizar isso. Portanto, deverá pensar e/ou falar: “quero ficar magro”.

Por isso é muito importante ter cuidado com as imagens que as palavras ditas irão buscar. Sempre diga e visualize o positivo, a cena como deseja conseguir o que quer.

Lembre-se: o inconsciente sempre irá buscar uma imagem que corresponda ao que você tem registrado como referência no inconsciente.

Se quiser ver trecho de um programa sobre neurociências, que passou no Fantástico – TV Globo, e mostra como o cérebro reage ao “não”, veja o vídeo abaixo:

  • Vídeo: 0:03

 

– Emoção:

O maior representante de nosso inconsciente são as emoções. É como se a razão estivesse relacionada com o consciente e a emoção com o inconsciente.

Sempre que houver emoção envolvida na situação, como quando perde o controle ou tem uma reação (física ou emocional), desproporcional ao fato ocorrido, pode estar sendo influenciado pela sua emoção e por seus conteúdos inconscientes, e que nem sempre entende. Por isso é preciso identificar a origem de suas reações e comportamentos, principalmente quando são desproporcionais ao fato, tornando os conteúdos inconscientes em conscientes, obtendo-se assim, mais controle sobre as próprias reações. Tal processo se dá pela Análise Junguiana (Jung) ou Psicanálise (Freud).

 

– Arquivo:

inconsciente trabalha como se fosse um arquivo com muitas pastas. Cada pasta corresponde a um sentimento ou momento significativo de sua vida.

A qualquer momento, às vezes depois de muitos anos, mediante um fator desencadeador, podem ressurgir conteúdos inconscientes, provocando certas reações e comportamentos que não entendemos.

Para entender melhor isso, imagine o inconsciente como se tivesse vários arquivos, como na imagem abaixo, e cada gaveta corresponde a situações e/ou sentimentos. Quando por algum motivo um arquivo é aberto, ou seja, algo funciona como um gatilho, sem que tenhamos consciência, podemos ter reações que nem sempre compreendemos.

 

 

Por exemplo, se você já teve alguma perda significativa haverá uma pasta de “perdas”. Cada perda que você teve na vida ficou registrada, algumas no seu consciente, e todas em seu inconsciente. Vamos supor que essa pasta terá 10 perdas arquivadas, quando tiver a 11º. perda, você acha que terá a reação da perda recente, ou a soma de todas as demais?

Se respondeu a soma de todas as outras, acertou! Por isso que muitas vezes temos reações desproporcionais a um fato, pois em geral, a pasta correspondente àquela determinada situação é acionada e aberta, o que chamamos de “gatilho”. Isso pode acontecer mediante qualquer situação.

Cada vez que essa pasta abre (seja para guardar um novo conteúdo de perda ou porque algo – simbólico – ativou algum registro dessa pasta), ela faz com que todas as emoções guardadas lá dentro sejam ativadas e manifestadas, trazendo reações físicas e emocionais, sem controle e/ou consciência.

É como se viesse à tona toda a emoção do momento e/ou dor original, ou seja, você irá sentir a última perda somada a todas as outras que houveram e foram guardadas nessa pasta. Esse total de emoções resultante das perdas já registradas é o que causa suas reações.

O inconsciente relaciona e soma algo que acontece no presente com algo que aconteceu no passado, e isso ocorre de forma inconsciente, ou seja, sem a percepção consciente. Por exemplo, quem viveu momentos da infância em sítio, sempre que sentir algum cheiro característico, virá a sua lembrança alguma imagem e/ou sentimento da época, pois irá abrir a pasta correspondente e poderá sequer fazer a associação.

Outro exemplo: você tem um namorado que grita, e te faz ter uma reação muito forte, e você sequer relaciona com sua mãe ou pai que gritava com você. Isso acontece porque irá ativar a pasta que guarda todas as lembranças no inconsciente e te fará sentir a soma de tudo que lá está registrado.

 

– Imaginar ou realizar é igual:

Para o inconsciente o fato de você pensar algo ou realizar tem o mesmo efeito. Lembre-se, ele trabalha com imagens registradas em sua mente, por isso, muitas vezes você fica abalado, nervoso, só de pensar que algo possa acontecer.

É também por isso que a meditação traz tantos resultados. Por exemplo, o fato de você imaginar que está sendo envolvido por uma bolha de luz azul que acalma, terá um efeito como se essa luz realmente estivesse envolvendo seu corpo.

Segundo pesquisas, isso acontece porque a parte do cérebro ativada quando fazemos algo é a mesma de quando a imaginamos.

 

– Repete padrões:

Sim, o inconsciente repete tudo que aprendeu, principalmente nos 3 primeiros anos de vida! Enquanto não houver autoconhecimento, ou seja, enquanto conteúdos inconscientes não se tornarem conscientes, o inconsciente tenderá a repetir padrões do que foi registrado, principalmente do que ocorreu durante a gestação e infância. O inconsciente sempre age da forma que ele aprendeu ao vivenciar e/ou sentir as situações nos primeiros anos de vida, e isso irá se refletir diretamente nas futuras escolhas.

Por exemplo, uma pessoa que teve um pai e/ou mãe alcoólatra, quando adulta a tendência é unir-se a alguém alcoólatra. Ou ainda, se houve um lar com violência, gritos, agressões, poderá repetir mesmo que não queira, ou seja, inconscientemente. O mesmo podem acontecer em relação ao filhos, você jura que não vai agir com eles como seus pais faziam com você, e muitas vezes, se pega fazendo exatamente igual aquilo que tanto condenou e te machucou.

Ao tornar todo esse processo consciente, é como se esses conteúdos perdessem a força e os comportamentos tendem a mudar.

Cada pessoa tende a repetir o mesmo exemplo de vida que vivenciou, seja este positivo ou negativo. Este padrão só é quebrado quando se começa um processo de autoconhecimento, que pode ser obtido com a análise. Ao aprender a linguagem do inconsciente através da análise, conseguirá tornar muitos conteúdos inconscientes em conteúdos conscientes, havendo assim um equilíbrio interno.

O conflito, a angústia, os pesadelos, tudo isso acontece para mostrar que consciente e inconsciente estão em desequilíbrio. Quando há autoconhecimento, sabe-se o que quer, muda-se o que quer e há mais controle sobre as ações, emoções, comportamentos, atitudes, enfim, sobre a própria vida.

 

– Imaginação Ativa (I.A.):

Técnica reinventada por Jung, que a trouxe dos alquimistas. Jung utilizou este método desde 1916. A Imaginação Ativa consiste em uma interação com os conteúdos do inconsciente, ou seja, tornar consciente conteúdos inconscientes.

Nessa técnica não compreendemos o inconsciente a partir de um ponto de vista intelectual, mas a partir do sentimento, de um confronto com os problemas que nos deparamos a partir de dentro.

Segundo Jung, a Imaginação Ativa é a melhor maneira de se ativar a função transcendente. Jung deu esse nome a mudança obtida através do confronto com o inconsciente, que se atinge com o processo da análise.

As imagens trabalhadas na imaginação ativa não são produtos de sonhos, mas sim de imagens vindas do inconsciente em estado de vigília.

A expressão e/ou registro das imagens interiores obtidas, após a utilização da técnica, poderá se dar através da dança, música, ou desenhando, escrevendo, pintando, esculpindo ou falando o diálogo em voz alta, juntamente com seu analista.

O trabalho de elaboração de conteúdos inconscientes é a base do processo analítico, pois enquanto os conteúdos inconscientes forem ignorados, serão manifestados através das mais diversas formas de expressão, por exemplo, através de sintomas físicos e/ou doenças.

A técnica da Imaginação Ativa deve ser feita com o acompanhamento de um profissional que trabalhe com a Psicologia Analítica (Jung).

 

– Doenças e/ou sintomas físicos:

O inconsciente é inteiramente capaz de provocar toda espécie de distúrbios desagradáveis, de acidentes a doenças. Estas perturbações provêm de um desencontro entre consciente e inconsciente.

As doenças e/ou sintomas físicos e suas dores são mensagens do inconsciente, algo que possa estar sinalizando que é preciso refletir e mudar algum comportamento.

Se não respeitarmos os sinais, nosso corpo sabiamente o faz, nos fazendo adoecer para parar e perceber que devemos mudar algo. Por exemplo, se estamos cansados, estressados e não respeitamos isso, pode surgir uma doença para nos fazer parar. E isso deve ser entendido como uma oportunidade para refletir e mudar algo, que precisa ser identificado.

Outro exemplo, quando surge uma dor de garganta e sua voz sumir, deve usar a linguagem simbólica e fazer uma relação do sintoma com sua vida neste momento. Será que queria falar algo e não conseguiu? Ou ainda, uma forte dor de ouvido. O que ouviu que não gostou e “doeu”? Ou não quer mais ouvir e se nega “tapando” seus ouvidos?

Quando se está com alguma doença, por exemplo, câncer em determinado órgão, é comum ficar repetindo que está com tal doença, agravando cada vez mais a situação. É como se ficasse confirmando a doença para o sistema cerebral.

É preciso inverter esse quadro, pois cada vez que você fala da doença, principalmente se essa fala está carregada de emoção, você estará reforçando-a.

Lembre que o inconsciente trabalha com imagens, então você poderá utilizar isso a seu favor. Imagine que você tem uma foto do órgão afetado pela doença e outra foto do órgão sadio. É como se fosse sobrepor uma na outra e pela imaginação ativa poderá visualizar o órgão sadio. Para isso é preciso relaxar, entrar no nível mental alfa e fazer um relaxamento e aí sim, começar a visualização.

Imagine seu órgão afetado, agora saudável e sadio. Sempre que for falar de sua condição, fale de sua saúde e não de sua doença, refira-se como já curada. Não são as palavras que irão curar, mas as imagens que serão formadas em sua mente, juntamente com a emoção de sentir-se como deseja.

Esse trabalho tem um efeito muito significativo, pois o inconsciente trabalha com imagens, lembra? Por isso, cuidado com o que pede e como pede, você poderá ser vítima de sua própria criação mental.

Cuidado também com os rótulos. Lembre-se: você não é, você está. Por exemplo: Você não é uma pessoa depressiva, você está depressiva. Você não é um desempregado, você está desempregado. Assim, fica muito mais fácil transformar seu estado atual (negativo) para aquilo que você deseja (positivo).

 

– Linguagem corporal: 

É uma forma de comunicação não-verbal, onde o corpo “fala” através de gestos, expressões faciais e posturas.

A linguagem corporal é o que, com o corpo você quer dizer, consciente ou inconscientemente, por isso devemos tomar muito cuidado, pois muitas vezes a boca diz uma coisa, mas o corpo fala outra completamente diferente.

A postura que o nosso corpo adquire quando falamos com outra pessoa tem mais significado do que podemos imaginar.

Um livro muito bom é O Corpo Fala – Pierre Wel e Roland Tompakow.

 

– Museu de Imagens do Inconsciente:

Não podemos falar de inconsciente sem citarmos o Museu de Imagens do Inconsciente, criado em 20 de maio de 1952, no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro, por iniciativa da psiquiatra Nise da Silveira, renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.

Nise da Silveira, oposta aos tratamentos psiquiátricos vigentes na década de 1940 (eletrochoque, lobotomia, insulinoterapia) implantou em 1946, o Serviço de Terapêutica Ocupacional.

Interessada nos estudos de Jung sobre os mandalas, tema recorrente nas pinturas de seus pacientes, ela escreveu a ele em 1954, iniciando uma proveitosa troca de correspondência.

nise da silveira

Nise da Silveira conseguiu levar as discussões do campo da saúde mental para toda a sociedade utilizando-se, principalmente, de várias exposições. A principal delas foi em Zurique, Suíça, em 1957, durante o II Congresso Internacional de Psiquiatria, onde o Museu de Imagens do Inconsciente participou do II Congresso Internacional de Psiquiatria, Zurique.

A exposição foi aberta por C. G. Jung na manhã de 2 de setembro. Ele visitou toda a exposição, detendo-se particularmente na sala onde se encontravam as mandalas, fazendo sobre o assunto comentários e interpretações.

Nise da Silveira retorna ao Brasil após seu primeiro período de estudos junguianos, e formou em sua residência no Rio de Janeiro, o “Grupo de Estudos Carl Jung”, que presidiu até 1968. Escreveu, dentre outros, o livro “Jung: vida e obra”, publicado em primeira edição em 1968.

 

– A Casa das Palmeiras

Poucos anos depois da fundação do museu, em 1956, Nise desenvolve outro projeto também revolucionário para sua época: criou a Casa das Palmeiras, uma clínica voltada à reabilitação de antigos pacientes de instituições psiquiátricas.

Ao perceber que a responsabilidade de cuidar de um animal e o desenvolvimento de laços afetivos contribuía para a reabilitação de doentes mentais, Nise da Silveira os incorporou a seu trabalho como coterapeutas.

Percebeu esta possibilidade de tratamento ao observar como um paciente a quem delegara os cuidados de uma cachorrinha abandonada no hospital, melhorou, tendo a responsabilidade de tratar deste animal como um ponto de referência afetiva estável em sua vida.

Ela expõe parte deste processo em seu livro Gatos – A Emoção de Lidar, publicado em 1998.

Nise da Silveira nasceu em Maceió, 15 de fevereiro de 1905 e faleceu no Rio de Janeiro em 30 de outubro de 1999, aos 94 anos.

Você poderá ver um pouco sobre o Museu de Imagens do Inconsciente no vídeo abaixo – TV Brasil:

 

No link abaixo encontrará listagem de vídeos com assuntos relacionados ao trabalho de Nise da Silveira. Acesso a documentários, entrevistas, depoimentos, filmagens de projetos baseados em sua obra, peças teatrais sobre sua vida, entre outros.

Para saber um pouco mais sobre inconsciente…

Se quiser, acesse o artigo publicado na revista Super Interessante de fev/2013 – Por Sílvia Lisboa e Bruno Garatton

Veja também a matéria “Quem manda aqui?” sobre o inconsciente, publicado no tab da uol em janeiro/2015. Imperdível!

Se ainda quiser conhecer um pouco mais sobre o inconsciente não pode deixar de assistir o vídeo: O Cérebro Inconsciente – Documentário Completo.

Mais de 90 % das nossas ações diárias, tais como beber um café, mudar de canal ou abrir uma porta, fazem-se inconscientemente através de uma espécie de piloto automático que temos no cérebro. Com a ajuda de alguns dos neurocientistas mais prestigiados do mundo, como os professores Allan Snyder ou John Bargh, veremos quais são os mecanismos que regem estes processos e, em que medida, o inconsciente é capaz de moldar a nossa atenção, percepção e memória. Na verdade, investigações recentes já comprovaram o que já sabíamos, que o inconsciente determina também decisões mais importantes, como por exemplo, escolher o nosso companheiro afetivo.

  • Parte I – 52:03 minutos

 

  • Parte II – 52:00 minutos

 

mensagem subliminar se utiliza das informações sobre o inconsciente para ter seu sucesso. Se quiser ver mais sobre o assunto, acesse o link abaixo:

 

Lembre que apenas entender sobre o inconsciente não irá trazer autoconhecimento, por isso se quer acessar e conhecer mais os conteúdos do seu próprio inconsciente, procure um profissional qualificado.