Quando somos crianças temos muitos sonhos, com um jeito especial de ser e ver o mundo. Conforme vamos crescendo, os adultos nos cobram atitudes, obediência, ordem, comportamentos que nem sempre condizem com o “ser criança”. Dificilmente um adulto vê uma criança com o olhar da criança.
Como temos a necessidade em sermos aceitos e amados, vamos nos adaptando ao mundo adulto, e fazemos de tudo, de tudo mesmo, para corresponder aquilo que esperam de nós… e sem perceber, vamos nos perdendo de quem realmente somos.
Perdemos a conexão com nossa essência, com nossos sonhos, e com aquela pessoa que um dia imaginamos ser. Nem todo adulto se torna astronauta, bombeiro, princesa, cantora, entre tantos outros exemplos. Talvez isso explique um dos motivos de muitas pessoas depois de anos em determinada profissão, simplesmente mudarem para uma outra, em geral, que traga mais satisfação e prazer, e não necessariamente dinheiro, status e poder, como aprendemos ser o mais politicamente correto.
Quando crescemos num lar equilibrado, tudo vai bem; mas quando a família é disfuncional, com brigas, doenças, desentendimentos, agressões e abusos, com certeza teremos sequelas. E uma das mais significativas é a perda de nosso eu autêntico, a quem chamamos de self – eu verdadeiro.
O caminho mais indicado para responder a pergunta do título é o autoconhecimento, que se obtém no processo de análise. Mas como é esse processo?
O primeiro passo é o desejo real em se conhecer, pois requer coragem para entrar em contato com muitas dores que foram reprimidas, mas que não deixam de existir pelo simples fato de não reconhecê-las. Elas apenas não se fazem presentes conscientemente, mas podem se fazer presentes de outras formas como, conflitos, angústia, tristeza sem motivo aparente, sonhos recorrentes, repetições de padrões de comportamentos, sintomas físicos.
Para entender como ocorre o processo de autoconhecimento imagine o seguinte esquema:
ESSÊNCIA/CRIANÇA DIVINA/SELF → NECESSIDADES EMOCIONAIS NÃO SUPRIDAS (ser reconhecido, aprovado, aceito, amado) → DOR/CRIANÇA FERIDA → MÁSCARAS → FALSO SELF
Quando nascemos somos essência, a qual Jung se refere como criança divina. Com isso nossas reais necessidades emocionais vão sendo reprimidas e deixadas de lado, como se não existissem, pois a criança necessita dos adultos para suprir essas necessidades.
Essas necessidades não sendo supridas provocam dores, que são reprimidas pelas máscaras, que significa proteção e defesa, e são acionadas automaticamente pelo inconsciente para não sentirmos a dor pela falta de estrutura emocional, que a criança ainda não desenvolveu. Como durante o crescimento somos influenciados pelo ambiente (se quiser saber mais leia o livro A Biologia da Crença), aos poucos vamos nos tornando quem querem que sejamos (falso self).
Com o processo de autoconhecimento você irá fazer o caminho de volta. Conforme identifica suas necessidades emocionais não supridas, você começa a buscar alimentos emocionais que supram essas necessidades e com isso a dor diminui, até deixar de existir. A dor diminuindo não será mais necessário o uso das máscaras, que continuarão a ser usadas, mas de forma consciente. Até que consiga perceber sua essência/criança divina: essa é a parte que você nunca devia ter deixado de ser!
Para completar esse artigo assista o vídeo que fiz para você!