OBRAS COMPLETAS DE JUNG
Devido à metodologia usada por Jung, seus escritos costumam ser de leitura difícil para quem não tem o hábito de ler seus escritos. É recomendável iniciar por algum de seus comentadores, como Nise da Silveira (Jung: vida e obra) e Aniela Jaffé (Memórias, sonhos e reflexões de C. C. Jung).
Os 19 volumes da edição em língua portuguesa foram lançados entre os anos de 1978 e 2003 pela Editora Vozes.
Vol. 1 – Estudos Psiquiátricos:
Esse volume reúne os primeiros escritos psiquiátricos de Jung sobre os chamados fenômenos ocultos:
– Sobre a psicologia e patologia dos fenômenos chamados ocultos (1902)
– Erros histéricos da leitura (1904)
– Criptomnésia (1905)
– Distimia maníaca (1903)
Vol 2 – Estudos Experimentais:
Contém as contribuições de Jung aos “Estudos diagnósticos de associações”, cujas principais experiências foram realizadas, sob a sua direção, na clínica psiquiátrica da Universidade de Zurique, a partir de 1902 e publicados entre 1904 e 1910. Outros estudos incluídos referem-se aos trabalhos de “Pesquisas Psicofísicas” (1907-1908).
Vol 3 – Psicogênese das Doenças Mentais:
Os artigos integrantes desse volume pertencem à fase das primeiras publicações de Jung e, na sua maioria, abordam temas psiquiátricos, de modo particular a esquizofrenia.
Vol 4 – Freud e a Psicanálise:
Reúne os principais escritos de Jung sobre Freud e sobre a psicanálise, destacando as mudanças do seu ponto de vista sobre a ciência freudiana. Contém uma análise detalhada sobre as ideias fundamentais de Jung e as suas diferenças em relação às de Freud.
Vol 5 – Símbolos da Transformação:
Versão completa e definitiva de uma das mais importantes e avançadas obras de Jung, publicada em 1952. O texto original, denominado, Símbolos e transformações da libido data de 1911-12. A elaboração da versão definitiva se estendeu por quase 40 anos. Esse escrito, em que Jung abandona a terminologia da psicanálise e da psiquiatria da época, assinala o ponto de sua ruptura com Freud.
Vol 6 – Tipos Psicológicos:
Publicado em 1921, busca explicar as diferenças entre as pessoas em suas relações com o mundo. Estuda os mais variados campos do saber, desde a Filosofia até à arte, sob o ponto de vista de seus oito tipos psicológicos.
O capítulo final é um glossário, escrito pelo próprio autor, apresentando suas principais ideias. A sua elaboração, nas palavras do autor, demorou quase vinte anos para ser concluída.
Vol. 7/1 – Psicologia do Inconsciente:
Livro básico para um primeiro contato com a psicologia de C.G. Jung. Estabelece as diferenças entre Freud, Adler e Jung através de um caso clínico. Apresenta também sua hipótese do inconsciente pessoal e coletivo.
Vol. 7/2 – Eu e o Inconsciente:
O livro trata do difícil, perigoso, porém necessário relacionamento entre o eu e o inconsciente. Aborda as maneiras do eu diferenciar-se do psiquismo coletivo no processo de individuação.
Vol. 8/1 – A Energia Psíquica:
O autor desenvolve neste livro sua teoria da libido como energia psíquica.
Vol. 8/2 – A Natureza da Psique:
Importante coletânea de artigos que tratam da fundamentação teórica da psicologia de Jung: instintos, arquétipo e imagem arquetípica, concepção do mundo, complexos, função transcendente, personalidade e morte são alguns dos temas desenvolvidos.
Vol. 8/3 – Sincronicidade:
Neste livro Jung lança sua teoria sobre as coincidências significativas.
Vol. 9/1 – Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo:
Contribuição mais original de Jung para a psicologia: a noção de arquétipo e seu correlato, o inconsciente coletivo.
Se quiser, poderá ouvir todo o conteúdo desse livro, é só acessar o link abaixo:
Vol 9/2 – Aion:
O livro trata do simbolismo e da fenomenologia do arquétipo do si-mesmo.
Vol. 10/1 – Presente e Futuro:
Neste trabalho o autor formula suas críticas sobre a massificação do homem ocidental, esmagado pelo Estado, e sobre a defesa que cada um pode desenvolver através da personalidade.
Vol. 10/2 – Aspectos do Drama Contemporâneo:
Contribuição de Jung para o entendimento psicológico da II Guerra Mundial.
Faz considerações sobre a personalidade de Hitler, considerando-o uma manifestação simbólica do antigo deus germânico Wotan.
Vol. 10/3 – Civilização em Transição:
Coletânea de ensaios que giram em torno das relações entre o psiquismo e acontecimentos importantes da civilização. O homem moderno, o homem arcaico, a mulher, o bem e o mal, são alguns dos temas estudados.
Vol. 10/4 – Um Mito Moderno sobre Coisas Vistas no Céu:
Neste trabalho Jung demonstra o surgimento de um novo mito, as necessidades psicológicas que o motivam, e sua roupagem moderna: os discos voadores.
No prefácio Jung escreveu: “Como psicólogo não disponho de recursos que contribuam para a solução do problema sobre a realidade física dos UFOS. Por isso, incumbo-me somente de seus aspectos psíquicos, que, sem dúvida existem, dedicando-me a seguir quase que exclusivamente os fenômenos psíquicos concomitantes”. Lembrando que isso foi escrito em 1958.
Para quem quiser ler em PDF é só acessar o link abaixo:
Vol 11/1- Psicologia e Religião:
Conferências pronunciadas nos Estados Unidos sobre a importância da religião para o desenvolvimento psicológico do homem.
Vol 11/2 – Interpretação Psicológica do Dogma da Trindade:
Estudo do simbolismo arquetípico do dogma da Trindade no cristianismo e em outras manifestações religiosas, buscando o significado psicológico da Trindade e sua relação com a quaternidade. Sobre a Quaternidade, Jung dizia: “Essa insistência, no fundo, é a ânsia do arquétipo em se tornar concreto”.
Vol 11/3 – O Símbolo da Transformação na Missa:
Interpretação da missa sob o ângulo simbólico e arquetípico. Analisa as relações entre o significado do sacrifício e o processo de individuação.
Vol 11/4 – Resposta a Jó:
Interpretação psicológica do Livro de Jó, enfatizando as relações entre Javé e Jó e o subseqüente surgimento do cristianismo. Jung analisa também a importância simbólica do dogma da assunção de Maria.
Vol 11/5 – Psicologia e Religião Oriental:
Jung lança um olhar ocidental sobre alguns fenômenos religiosos do oriente e sua importância psicológica: o Livro Tibetano dos Mortos e da Grande Libertação, Ioga, Meditação, Zen-budismo e I Ching.
Vol 11/6 – Escritos Diversos:
Este volume trata-se de uma reunião de textos, prefácios, cartas, comentários, notas, discursos em congressos internacionais, respostas e esclarecimentos individuais sobre pontos tratados em outros volumes e, de maneira, geral, aprofundamentos sobre questões que, por sua natureza, demandaram que sobre elas se dedicasse novamente por alguma razão.
Vol. 12 – Psicologia e Alquimia:
Reúne os principais estudos de Jung sobre a alquimia, em que faz relação entre os processos alquímicos e o desenvolvimento da personalidade.
Vol. 13 – Estudos Alquímicos:
Apresenta a concordância entre os símbolos do mundo das imagens do inconsciente e os símbolos da alquimia. Jung mostrou que as projeções alquimistas constituíam apenas um caso especial e que também o processo da individuação se parecia com o caminho que os alquimistas já haviam trilhado a seu modo em sua época. Assim, o autor não só trouxe à luz do dia aspectos ocultos da ciência alquímica, mas também “o correspondente histórico à psicologia do inconsciente”.
Vol. 14/1 – Mysterium Coniunctionis:
Obra da fase adiantada de seus estudos, é uma obra complexa sobre a separação e a síntese dos opostos na alquimia e suas relações com o processo de individuação.
Vol. 14/2 – Mysterium Coniunctionis:
Obra da fase adiantada de seus estudos, é uma obra complexa sobre a separação e a síntese dos opostos na alquimia e suas relações com o processo de individuação.
Vol. 14/3 – Mysterium Coniunctionis:
Obra da fase adiantada de seus estudos, é uma obra complexa sobre a separação e a síntese dos opostos na alquimia e suas relações com o processo de individuação.
Vol. 15 – O Espírito na Arte e na Ciência:
Ensaios de Jung sobre personalidades destacadas e suas contribuições ao conhecimento do homem e da época em que viviam: Paracelso, Freud, Richard Wilhelm, Picasso e James Joyce são estudados, juntamente com dois trabalhos sobre as relações entre a psicologia analítica, a poesia e a literatura.
Vol. 16/1 – A Prática Da Psicoterapia:
Um guia para a compreensão histórica do fenômeno que, por assim dizer, representa a “crux”, ou pelo menos a crucial experiência de qualquer análise razoavelmente completa, ou seja, do fenômeno da transferência, a que Freud já atribuíra uma importância capital.
Vol. 16/2 – Ab-Reação, Análise Dos Sonhos, Transferência:
Além de um longo trabalho sobre a utilização prática da análise dos sonhos, o livro contém o maior estudo de Jung sobre a transferência, utilizando-se de um texto alquímico medieval para formular novas hipóteses sobre seu significado.
Vol. 17 – O Desenvolvimento da Personalidade:
Esse volume reúne os trabalhos de Jung sobre psicologia infantil, cuja parte mais importante é constituída por três preleções sobre “psicologia analítica e educação”.
Foram incluídos também os ensaios “O Casamento como Relacionamento Psíquico”, texto que tem sido amplamente estudado e debatido nas questões de terapia de casais. Outro estudo incluído: “sobre a formação da personalidade”.
Este volume é um dos meus preferidos das obras de Jung.
18/1 – Vida Simbólica:
Este livro apresenta as conferências proferidas por Jung, na Clínica Tavistock, em Londres em 193, perante um auditório de 200 médicos.
Nessas conferências o mestre suíço apresenta os fundamentos de sua teoria psicanalítica.
outra parte deste volume encontramos um estudo com a concepção junguiana dos símbolos e outro sobre a interpretação dos sonhos.
Há também um estudo sobre o ocultismo e os fenômenos espíritas; um amplo estudo sobre a psicogênese das doenças mentais e um parecer crítico sobre a teoria e a obra freudianas.
18/2 – Vida Simbólica:
Os trabalhos deste tomo (artigos para revistas, prefácios, colaborações em léxicos, conferências, cartas e comentários) em seu conteúdo temático referidos aos diversos volumes das Obras completas, refletem a preocupação constante do pesquisador e terapeuta em contribuir para um melhor entendimento da psique humana.
Índices Gerais:
Este volume, cuja publicação vem complementar o corpo da Obra completa de C.G. Jung, representa, sem dúvida, maior facilidade para o estudo e as pesquisas sobre sua vasta produção, permitindo ao leitor uma visão panorâmica de todos os seus conceitos e assuntos tratados em cada um dos 18 volumes da Obra Completa.
- OUTROS LIVROS DE C. G. JUNG
– O Homem e seus Símbolos:
Editor: Carl G.Jung e, após a sua morte, Marie-Louise von Franz
Nesse livro, Jung acentua que o homem só se realiza através do conhecimento e da aceitação do inconsciente – conhecimento que ele adquire por intermédio dos sonhos e seus símbolos.
Trata-se do único trabalho de Jung destinado a explicar ao público leigo a sua maior contribuição ao conhecimento da mente humana: a sua teoria a respeito da importância do simbolismo. Particularmente, o simbolismo dos sonhos.
Para quem quer entender mais sobre o inconsciente, esse é o mais indicado.
– O Homem à Descoberta da sua Alma
Estrutura e funcionamento do inconsciente
– Memórias, Sonhos e Reflexões:
Compilação e prefácio de Aniela Jaffé .
É a biografia de Jung. Onde ele explica, entre outros conceitos e arquétipos, seu interesse pela criança interior, ao analisar sua própria infância.
No prólogo ele afirma “A minha vida é a história de um inconsciente que se realizou”.
A leitura desse livro é imprescindível para uma compreensão adequada da personalidade do criador da psicologia analítica e também para quem quer saber mais como ele analisou a própria infância, voltando a brincar.
– As Cartas:
Os três volumes das cartas de C. G. Jung contêm aproximadamente 1.000 cartas de cunho sobre tudo científico. Cada um dos volumes é provido de um aparato científico bastante completo: muitas notas explicativas de caráter objetivo e pessoal, remissões às obras de Jung e citação de trechos de cartas por ele recebidas ajudam a compreender as demais obras de Jung.
O primeiro livro começa com as cartas do tempo em que Jung ainda não havia se separado da escola psicanalítica, com cartas a Karl Abraham, Sandor Ferenczi, Sigmund Freud e outros membros do círculo freudiano daquela época.
“Ninguém está livre de sofrimento enquanto nada na torrente da vida. Portanto, só posso repetir: não se preocupe comigo. Sigo o meu caminho e carrego o meu fardo tão bem quanto possível. (…) Não existe nenhuma dificuldade em minha vida que não seja exclusivamente eu mesmo. Ninguém deverá carregar-me enquanto eu puder manter-me sobre meus próprios pés.”
Carta a Frances Wickes, de 06.11.1926
– O Segredo da Flor de Ouro: Um Livro de Vida Chinesa
Em 1929, Jung e Richard Wilhelm publicaram o livro na tentativa de revelar para o ocidente alguns mistérios importantes da Sabedoria Chinesa.
O livro compara a filosofia taoísta com os conceitos da psicologia analítica da anima e animus, movimento circular, mandala e a desintegração da consciência.
– O Livro Vermelho:
O Livro Vermelho, como era chamado pelo autor, consiste em uma viagem exploratória pelo inconsciente e nunca havia sido divulgado ao público fora do círculo de amigos de Jung.
Foi composto em segredo, só conhecido de alguns poucos íntimos de Jung, pois ele temia não ser levado a sério nos meios científicos, pois o texto era composto de pinturas de visões e conversas que mantinha, ora com seu inconsciente, ora com personagens de outras dimensões.
O Livro Vermelho foi escrito entre 1914 e 1930, e retrata fortes experiências psíquicas vividas por Jung durante três anos: sonhos, visões e premonições, que o incomodaram tanto a ponto de decidir suspender as conferências e compromissos médicos. O primeiro, que motivou o registro, é excessivamente perturbador: em 1913, ele viu toda a Europa coberta por sangue e cadáveres.
“Jung julgou estar psiquicamente perturbado. Quando, no ano seguinte, estourou a primeira grande guerra, com seu incontável número de mortos e sofrimento para milhões, percebeu o caráter antecipatório de sua visão”, explica Walter Boechat, revisor da tradução do livro para o português, membro-fundador e ex-presidente da Associação Junguiana Brasileira (AJB).
Todas as grandes obras da tradição ocidental compõem o universo cultural de Jung e o influenciaram de certa forma. É possível perceber grandes influências na composição de O Livro Vermelho: Zaratustra, de Nietzsche, A divina comédia, de Dante, Fausto, de Goethe.
Poderíamos dizer que o livro é um constante oscilar entre os dois tipos de pensamento: o onírico e o mitológico (do inconsciente) e o racional (típico da consciência). A experiência intuitiva criativa aparece em forma de personagens e histórias.
A obra impressiona. Chamado de “o grande livro” devido ao formato – 30 cm x 40 cm, com 10,5 cm de lombada e capa dura, obviamente vermelha –, levou 16 anos para ser finalizado e deu base aos escritos de C. G. Jung. Os manuscritos ilustrados constituem um belo trabalho artístico ligado ao universo inconsciente e à psicologia arquetípica.
Nas 404 páginas do miolo, o leitor encontra um caderno iconográfico com imagens do manuscrito original, reproduções e pinturas feitas pelo próprio autor.
Jung terminou a obra por volta de 1930 e na época optou por não divulgá-la devido ao seu caráter extremamente pessoal. Mesmo depois de sua morte, em 1961, a família de Jung preferiu manter o trabalho oculto. Mas em 2010, depois de mais de dez anos de negociações e preparo, o livro é apresentado ao público.
A edição brasileira é rigorosamente fiel ao projeto original e foi publicado no Brasil pela Editora Vozes, em 2010, quase cinquenta anos após sua morte, como fora sua recomendação.
É o sonho de consumo de todo Analista Junguiano!
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