AUTOESTIMA: MITOS E VERDADES
“As pessoas procuram amor em todos os lugares,
menos dentro delas mesmas”
R.Z.
Como está sua autoestima? Pare um minuto e pense quantas oportunidades perdeu porque não acreditou que conseguiria? A vida de quem não acredita em si mesmo é assim: medo, dúvida, vergonha, frustração, insegurança, sabotagem, culpa, insatisfação e confiança zero. Quando não nos sentimos capazes é como se algo nos impedisse de irmos adiante.
Quando insistimos em agradar… e ainda assim somos maltratados, abandonados, rejeitados, quando amamos mais ao outro do que a nós mesmos, na verdade está faltando autoestima. Muito se fala sobre autoestima, mas geralmente as pessoas confundem autoestima com falsos valores.
Como há muita confusão sobre o tema, vamos refletir sobre alguns mitos e verdades sobre autoestima, que é acima de tudo você ter consciência de seu próprio valor.
1. Cuidar da aparência, ir à academia, cabeleireiro, comprar roupas, quer dizer que minha autoestima está elevada.
Mito: Cuidar de si nem sempre quer dizer autoestima elevada. Assim como cirurgias plásticas, casamento, trabalho, dinheiro, carro, nada disso cria autoestima. Muito pelo contrário, quem precisa disso para ter valor, na verdade só quer ser aceito por uma sociedade e uma mídia que “vendem” o que deseja que seja comprado. A pessoa que busca tudo isso pode querer compensar algo que não sente ter internamente. Cuidar de si mesmo é um passo importante na conquista de uma autoestima elevada, mas não a determina.
2. Autoestima elevada é o mesmo que vaidade.
Mito: Definitivamente não! Mas é comum as pessoas confundirem. Nem sempre quem cuida de sua imagem pessoal está com autoestima elevada. É uma ilusão acreditar que buscar fora pode elevar autoestima de uma pessoa. Autoestima é algo que vem de dentro e não de fora.
3. Mostrar-se superior aos outros é sinal de autoestima elevada.
Mito: Arrogância, querer ser superior ao outro é apenas uma maneira de diminuir o outro para se elevar, por que na verdade se sente inferior. Quem tem consciência de seu valor é acima de tudo humilde.
4. A dependência é uma característica da autoestima baixa.
Verdade: Quem sente ter recebido pouco amor na infância, enfrenta muitos vazios e carências. Passa a buscar preencher o vazio através da relação afetiva. Confunde carência com amor, e a carência leva a dependência. A independência é uma virtude da autoestima.
5. Quem se mostra sempre alegre, seguro, confiante, está com autoestima elevada.
Mito: Nem sempre. Quando a pessoa transmite segurança, valorização excessiva de si mesma, está sempre brincando, querendo ajudar, nem sempre corresponde à verdade. No fundo, pode esconder uma pessoa também sem amor-próprio, só que busca o reconhecimento e amor por outros caminhos. Pode transmitir uma imagem de total segurança, mas na verdade está apenas querendo ocultar uma autoestima bem frágil.
6. Autoestima não muda, uma pessoa que está com baixa autoestima não pode fazer nada.
Mito: Autoestima oscila de acordo com as situações que vivenciamos. Por exemplo, se há uma situação de perda, seja de um trabalho ou de uma pessoa, a tendência é a autoestima ficar baixa. Autoestima é sempre uma questão de grau. Todos podem elevar sua autoestima.
7. Amar mais o outro que a si mesmo está relacionado com baixa autoestima.
Verdade: A falta de amor-próprio é sinal de muita carência, é a necessidade de amor, principalmente o amor por si mesmo. Autoestima + amor-próprio é a base para o ser humano.
8. A inveja pode ser um sinal de autoestima baixa.
Verdade: A inveja é uma das emoções mais primitivas. É o desejo em ter o que não lhe pertence, querer o que é do outro, ou ser o que o outro é. Há uma tendência a supervalorizar o outro com tudo que ele tem e desvalorizar o que se tem. A inveja geralmente surge do sentimento de sentir-se incapaz e inferior, percebendo o outro como tendo todos os atributos que acredita não ter. O pensamento de quem sente inveja, ainda que seja inconsciente é: “o outro é capaz de conseguir, eu não sou”.
9. Autoconhecimento eleva a autoestima.
Verdade: Autoestima está totalmente relacionada com autoconhecimento. Quanto mais você se conhecer mais conseguirá elevar a sua autoestima!
10. Autoestima elevada depende do reconhecimento e aprovação de outras pessoas.
Mito: Qualquer tipo de dependência é sinal de baixa autoestima, pois quanto mais dependemos do outro, seja na busca de reconhecimento e/ou aprovação, mais estamos valorizando a opinião de outras pessoas, nos permitindo ser manipulados, e mais vulneráveis e fragilizados nos tornamos. Quanto mais reconhecimento e aprovação buscamos, mais nossa autoestima estará baixa. O importante é o reconhecimento, não dos outros, mas principalmente de nós mesmos. Mas nem sempre as pessoas conseguem reconhecer os próprios méritos, pois desde pequenos somos incentivados a valorizar o que o outro fez, nunca o que fizemos; supervalorizamos o outro na mesma medida que nos desvalorizamos.
11. Quando duvido de minha capacidade, de ser capaz, minha autoestima está baixa.
Verdade: Sempre.
12. A autoestima começa a se formar na infância.
Verdade: Autoestima começa a se formar na infância, a partir de como as outras pessoas nos tratam,
mas também pode ser afetada pelos êxitos ou fracassos no decorrer da vida.
Quando criança pode-se alimentar ou destruir sua autoconfiança. Ou seja, as experiências do passado exercem influência significativa quando adulto. Pais exigentes, agressivos, críticos, autoritários, que demonstram que a criança não é digna de confiança, impondo suas próprias vontades, não ouvindo o que as crianças têm a dizer, criam filhos inseguros e dependentes.
A superproteção durante a infância também pode gerar muita insegurança quando adulto, pois estas pessoas quando crianças não foram incentivadas a acreditarem em si mesmas. Assim, crescem, ainda que inconscientemente, acreditando que faziam tudo por ela por não terem a capacidade de fazer por si mesma.
13. Ter sofrido algum tipo de abuso, seja físico, sexual, emocional, maus-tratos, durante a infância, pode comprometer a autoestima.
Verdade: Qualquer tipo de violência é tão apavorante para a criança que ela não consegue manter a própria identidade e passa a focar apenas o exterior e com o tempo ela perde a capacidade de gerar autoestima que vem do seu interior, não sabendo identificar quem ela é. A criança agredida acredita que é a única responsável pelo abuso de que é vítima. Além do que, uma criança impotente e ferida pode se transformar em um adulto agressor.
14. A baixa autoestima interfere em todas as áreas da vida, principalmente no campo profissional e afetivo.
Verdade: Sim, interfere nas relações como um todo, pois a pessoa tende a ser crítica, rígida, exigente, controladora, porque na verdade é insegura, não confia em sua própria capacidade, mantendo relações profissionais e/ou afetivas mesmo que sejam destrutivas. Quanto maior a autoestima mais possibilidades em manter relações saudáveis.
15. Uma pessoa que mantém relações destrutivas pode estar com baixa autoestima.
Verdade: Sim, pois em geral não consegue terminar uma relação mesmo que traga muito sofrimento. E ainda pode fazer de tudo para agradar, cede em tudo, esquecendo e perdendo-se de si mesma. Tem muito medo de ficar só.
16. Quem é perfeccionista pode estar com autoestima baixa.
Verdade: Aquele que não permite erros, nem seu nem dos outros, tudo tendo que ser perfeito, na verdade quer provar o quanto é capaz, porque ele mesmo não acredita em sua capacidade. Demonstra insegurança – não se permite errar e nem assume quando erra. A insegurança interna é compensada pelo perfeccionismo excessivo.
17. Manter um trabalho muito inferior a capacidade profissional pode ser um sinal de baixa autoestima.
Verdade: O sucesso não é garantia alguma de autoestima elevada, mas quem tem consciência de seu valor tende a buscar condições de exercê-lo.
18. Pessoas sempre preocupadas em agradar – o tipo bonzinho – está com autoestima elevada.
Mito: Quem faz de tudo para agradar é porque precisa do reconhecimento constante para se sentir importante, útil, porque no fundo não se aceita, não tem autoconfiança. Quer ser agradável para mostrar que sua presença é importante. É facilmente manipulada ou induzida a fazer o que não quer. Não consegue dizer “não”. Está sempre tentando adivinhar o que os outros querem que ela seja e como deve agir.
19. Conversar consigo mesmo pode ajudar a elevar a autoestima.
Verdade: Manter o diálogo interno, ou seja, conversar muito consigo mesmo, identificando seus sentimentos e suas necessidades, poderá ajudar muito nesse processo.
20. A psicoterapia ou análise ajuda a elevar a autoestima.
Verdade: Sim, é um dos caminhos mais indicados. Para elevar a autoestima é preciso se conhecer e para obter autoconhecimento o mais indicado é fazer uma psicoterapia ou análise com um profissional que estuda o comportamento humano – psicólogo/analista. Ao realizar um processo de autoconhecimento a percepção de seu valor irá aumentar, que é o básico para uma elevada autoestima.
Quando nos conhecemos passamos a ter mais controle sob nossas emoções, há um maior equilíbrio entre a emoção e razão, ouvimos muito mais nossa voz interior, também conhecida como intuição e assim, dependemos muito menos da opinião de outras pessoas.
21. Autoestima elevada é confundida com egoísmo, narcisismo.
Verdade: Há uma tendência em classificar como egoísta quem pensa em seu desenvolvimento pessoal, em se realizar, evoluir. Desde criança somos ensinados a suprir a necessidade do outro, respeitar ao outro, mas somente podemos suprir e respeitar ao outro quando suprimos as próprias necessidades e respeitamos a nós mesmos. Queremos ser e conviver com pessoas submissas, manipuladas, exploradas, ou pessoas responsáveis, realizadas, independentes, felizes?
22. A autoestima influencia tudo que fazemos.
Verdade: Sim, pois é o resultado de tudo que acreditamos ser, por isso o autoconhecimento é fundamental. Uma pessoa com baixa autoestima estará sempre duvidando de sua capacidade em todas as áreas de sua vida, comprometendo assim as relações, pois quem não acredita em si mesmo, na verdade não acredita em nada e em ninguém.
23. Quem está mais preocupado em ter do que em ser pode estar com baixa autoestima.
Verdade: Em geral, pessoas que trabalham muito para obter bens materiais, poder, sucesso, estão distante da família, da espiritualidade e dos próprios sentimentos. As conquistas externas podem estar compensando outras relações que são insatisfatórias, e também pode ser uma forma de obter aprovação e reconhecimento, mas na verdade a busca interna e inconsciente é de atenção e amor.
Na verdade, as pessoas não valorizam o que tem de mais sagrado: sua saúde e seus sentimentos! Quando o ser humano aprender a identificar o que sente, perguntando-se o que ele deseja no fundo de sua alma, valorizar suas próprias conquistas, acreditando ser capaz de conquistar aquilo que realmente o faz feliz, com certeza a busca no prazer momentâneo irá diminuir e teremos seres humanos muito mais satisfeitos consigo mesmos, buscando muito mais ser do que apenas a ilusão em ter!
Mas afinal, o que é autoestima? É ter consciência de seu valor pessoal, ou seja, acreditar, respeitar e confiar em si, é a soma da autoconfiança com o autorrespeito. É ter a certeza de ser merecedor, digno de ser feliz e ser amado, principalmente, por si mesmo. É acreditar que você é capaz! De ser você mesmo, acreditar em si, aceitar-se, e acima de tudo, se amar!
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