“Quanto menos os pais aceitem seus próprios problemas,
tanto mais os filhos sofrerão pela vida não vivida de seus pais e
tanto mais serão forçados a realizar tudo quanto os pais
reprimiram no inconsciente”
Jung
O BEBÊ DO AMANHÃ
Vida emocional do feto
Thomas Verny, o famoso psiquiatra do livro A vida secreta da criança antes de nascer, lançou no Brasil no final de 2014, seu mais novo livro. Nessa obra, ele descreve as mais revolucionárias e inovadoras informações científicas sobre a relação mãe e feto. Uma criança, quando nasce, já traz memórias dessa grande experiência que dura 9 meses numa aventura amniótica.
Além de ser uma obra/referência para várias áreas do conhecimento (psiquiatra, pedagogia, ginecologia, biologia, psicologia, pediatria) é escrito de forma comovente os diversos exemplos e regressões de pacientes ao período intrauterino, descrevendo, em detalhes, suas experiências pré-natais.
A pesquisa prova que, no decorrer dos primeiros anos de vida, o cérebro do bebê sintoniza-se constantemente com o cérebro da pessoa que cuida dele para produzir os neurotransmissores e hormônios certos na sequência apropriada; essa programação determina, em grande medida, a arquitetura do cérebro que o indivíduo vai ter durante a vida toda.
Sim, é preciso se preparar para ser pai e mães consciente.
Todos nós nascemos com marcas da concepção indesejada (50% da população do mundo), e é fundamental compreender que é preciso cuidar e curar a criança ferida que habita em nós, para não as repetirmos em nossos filhos, pois somos escravos daquilo que não temos consciência.
Mesmo que inconsciente, o fluxo constante de mensagens verbais e não-verbais enviados pelos pais e outros responsáveis interage com a biologia para regular o crescimento do cérebro.
Toda vez que uma criança é traumatizada ou sofre maus tratos, a integridade do circuito é ameaçada; se o trauma for muito profundo, a arquitetura do cérebro ficará lesada de forma permanente.
Tudo o que a mãe grávida sente e pensa é comunicado por meio de neuro-hormônios a seu filho por nascer, tão inevitavelmente quanto lhe são transmitidos o álcool e a nicotina.
Os primeiros indícios do cérebro da criança por nascer surgem com a aparência do “sulco neural” ao longo do embrião em crescimento, mas ainda minúsculo, cerca de 17 dias depois da concepção.
– Vídeo sobre o livro O Bebe do Amanhã.
Mesa redonda de 30 de outubro, 2014 – 01h44 minutos
Ciência do Início da Vida
Um trabalho muito interessante é da Dra. Eleanor Madruga Luzes, médica, psiquiatra, terapeuta junguiana, PhD em Ciência do Início da Vida.
Ela defende: a concepção consciente, gestação consciente, parto natural, aleitamento materno e a importância dos três primeiros anos de vida para o futuro da criança.
- Concepção Consciente
Concepção Consciente é quando o casal está num estado em que pretende e age conscientemente na intenção de engravidar.
É fundamental preparar-se conscientemente para ser pai e mãe. Todos nós temos uma trajetória que, normalmente, é inconsciente de como fomos concebidos, gestados, nascidos, amamentados e cuidados nos nossos três primeiros anos de vida. Tudo está registrado em nossas mentes e células e repetiremos o que não somos capazes de lembrar.
Lidar com a concepção é lidar com o maior tabu que possuímos. Poucos são os que questionam se foram desejados ou não e isto, que parece nada importante, é o ponto zero da história de todos nós e é a chave para a solução de muitos problemas emocionais e doenças físicas.
Existem técnicas (terapia de renascimento, respiração holotrópica, terapia crânio-sacro, constelação familiar e fascioterapia) que facilitam o acesso a estas memórias e a consequente transformação. Estes são meios eficazes para evitar a repetição de eventos traumáticos. É importante preparar mentes e espíritos, assim como se preparar materialmente, para que o período de gestação venha no momento desejado. Isso é ser ser pai e mãe consciente.
Nesse vídeo ela cita sobre a Respiração Holotrópica, que é é uma técnica de psicoterapia, criada por Stanislav Grof e sua esposa, Christina Grof, com o intuito de provocar alterações de consciência através da respiração.
Este estado de consciência tem a capacidade de selecionar e trazer à tona conteúdos de forte carga emocional e, portanto, de grande importância às dinâmicas psíquicas, podendo reviver ou conectar não somente com material biográfico (do nascimento até o momento presente), mas, também, ter acesso às memórias de nossa gestação e parto.
O mais importante de todas estas descobertas é a informação de que o que se passa geneticamente na concepção não é definitivo até o nascimento, pois pode haver mudanças para melhor ou pior dependendo das circunstâncias da gestação e depois de como os pais conduzem os cuidados e a educação de seus filhos.
- Comunicação mãe/feto e as várias fases do desenvolvimento gestacional
A comunicação materno-fetal ocorre de maneira telepática na psique, mas também há substrato físico para que ela ocorra: - Em 14 semanas de gravidez o feto já possui percepção gustativa do que deglute no líquido amniótico;
- Até 15 semanas já há percepção olfativa;
- A partir da 16 semana a sensibilidade dolorosa aparece;
- Após a vigésima semana a capacidade de ouvir vai se desenvolvendo a tal ponto que a criança não apenas demonstra conhecer a voz da mãe, como também sabe escolher uma história que ela lhe contou; ainda após a vigésima semana o bebê apresenta atividade onírica, ou seja, ele tem sonhos;
- Até 26 semanas ele tem percepção visual;
- Entre 28 e 37 semanas é possível avaliar padrões de comportamento devido à forma de movimentação fetal, pois o feto ri, chora, deglute, luta contra uma agulha de exame, brinca ou luta com um irmão gêmeo. Além de apresentar estes padrões de comportamento dentro da barriga da mãe, o bebê continua a executá-lo depois de nascido. Estas descobertas foram realizadas em 1980 por DeCasper.
O bebê aprende por imitação, até os três anos e por repetição mais do que qualquer outro modo. No período que vai da concepção até os três primeiros anos, um ser aprende os valores que terá para o resto da vida. Eles ficam inscritos em suas células e no seu inconsciente, e geralmente retornam sem controle na adolescência.
Segundo Dra. Eleanor o 1º trimestre da gravidez programa, mentalmente, o fim da vida, o 2º programa a vida adulta, e o 3º, a infância.
Imperdível!!! Informações muito interessantes!
Tudo isso faz parte da tese de doutorado da Dra. Eleanor Madruga Luzes, defendida na UFRJ, que foi escrita em 1500 páginas com mais de 2.000 referências bibliográficas. Ela tem feito palestra em vários estados do Brasil e em diferentes países. Esta cientista brasileira alinhavou este conhecimento vindo de vários domínios. Hoje este é um assunto que em muitos países ainda está sendo pesquisado. Aqui no Brasil esta disciplina deverá ser incluída nas escolas, pois o conteúdo da tese é também dirigido a professores. Atualmente, há um Projeto junto ao MEC, “Vida Bem Vinda” (of. no. 2741/2008), aguardando assinatura para fazer parte do currículo escolar do segundo grau.
É urgente ensinar aos jovens a serem pais. Uma geração formada por crianças com nova sintonia energética é capaz de mudar a frequência do planeta.
Bebês de menos de dois anos não possuem uma linguagem estruturada, nem tampouco uma razão estruturada, as experiências atingem a amídala, o hipocampo e o sistema límbico. Isto explica como os fatos ocorridos no primeiro ano de vida, especialmente os que geraram fortes emoções, permanecem por tanto tempo na vida adulta, pois formam um corpo de memórias não racionais, até mesmo não verbais, atuantes na vida da pessoa.
Segundo Jung, em 1928: “Os pais devem sempre estar cientes do fato de que eles são a principal causa da neurose dos filhos”. (ABRAMS, 1994, p.188)
Jean Paul, escritor, escreveu: “Nos três primeiros anos o homem aprende muito mais para a vida do que nos três anos acadêmicos”.
Quando uma criança apresentar algum sintoma, até 9 meses, Dra. Eleanor orienta a procurar no mês que começa o sintoma, o mês correspondente da vida intrauterina.
Outra informação interessante para encontrar a origem de algum conflito na criança, é buscar quando o genitor do mesmo sexo tinha a mesma idade.
Você conhece a “Síndrome de Moisés”?
Se refere às mães que são obrigadas a deixar seus filhos antes de deixarem à condição de filhotes mamíferos humanos, até os 3 anos, quando são capazes de reconhecerem que têm um “eu”.
Durante este tempo as separações prolongadas geram estresse extremo com níveis de cortisona altos no sangue, e queda de imunidade. No futuro tornam-se adultos com dificuldade de escolhas de decisões na vida, inseguros, imaturos, dependentes dos pais até muito tarde.
Para quem está pensando em ter um bebe ou está grávida, veja esse vídeo sobre a importância da maternidade e paternidade conscientes com Dra. Eleanor Madruga Luzes.
Psicologia Pré e Perinatal
Outro aspecto importante e que tem colaborado para que os pais sejam conscientes, é cada vez mais publicações e estudos sobre a vida emocional do feto e seus efeitos. A Psicologia Pré e Perinatal denomina uma área da psicologia que estuda o comportamento e o desenvolvimento evolutivo e psico-afetivo-emocional desde o período de concepção até, aproximadamente, 2 anos de idade.
Dr. William Emerson é um pioneiro de renome na área de Psicologia Pré e Perinatal. Suas descobertas relacionadas ao desenvolvimento de traumas em fetos, durante o período gestacional tem trazido mais luz para entendermos suas consequências.