Abuso Emocional Infantil

 

Meu trabalho tem como foco a criança interior. Uma criança ferida é quem foi vítima de: rejeição, abandono, abuso físico, emocional e/ou sexual, negligência física e/ou afetiva, tendo como consequência o trauma.

  • O que é o abuso emocional infantil?
    Abuso emocional, também conhecido como maus-tratos psicológicos, consiste na manipulação das emoções da vítima, baseado no poder e controle, sendo um padrão repetitivo no comportamento do cuidador, pais ou responsável, que faz a criança sentir que não têm importância, não é digna de ser amada, e só têm valor quando atende às necessidades do outro.

Este tipo de abuso caracteriza-se pela ausência ou inadequação de suporte afetivo e pelo não reconhecimento das necessidades emocionais da criança, de uma forma intencional e persistente.

 

 O abuso emocional não deixa marcas visíveis, mas causa danos por toda a vida.

 

abuso emocional 2

 

Andrew Vachss, define abuso emocional como “a diminuição sistemática do outro”. Pode ser intencional ou inconsciente (ou ambos), mas é sempre uma linha de conduta, e não um único evento.

Nem sempre quem cresceu em um ambiente emocionalmente abusivo reconhece o abuso que sofreu como tal. Nem o seu próprio comportamento como abusivo. Pode também confundir controle com cuidado, e a atitude dominadora ou invasiva, como adequada e necessária, e também, e pior, como sinal de afeto. O abuso emocional funciona como uma “lavagem cerebral” e a vítima aprende que tudo o que faz é errado, tudo é sua culpa, não sabe nem pode nada.

O abuso emocional é a forma mais comum de abuso infantil, e pode continuar durante a vida adulta, tornando-se um círculo vicioso pela repetição de padrão, e pelo fato da pessoa se tratar da mesma forma como foi tratada.

 

repetição padrão

Para identificar se você sofreu abuso emocional, ou está repetindo em seu filho, segue abaixo algumas situações comuns que configuram o abuso emocional:
– falta de carinho, apoio, se sentir amado;
– superproteção;
– agressão verbal, ofensas;
– castigos excessivos;
– críticas;
– intimidação;
– manipulação;
– abandono temporário;
– humilhação;
– isolamento;
– ridicularização;
– desvalorização;
– hostilização;
– comparações;
– indiferença, desprezo;
– discriminação;
– ameaças;
– xingar;
– gritar;
– bullyng;
– fazer exigências rígidas;
– imposição de medo extremo;
– ameaçar machucar você, as pessoas de quem você gosta ou seu bichinho de estimação;
– não demonstrar interesse no que é importante para você;
– constrangimento em público;
– culpar você pelas atitudes abusivas dele;
– responsabilidades excessivas para a idade;
– presenciar violência, brigas, discussões entre os pais;
– dar rótulos, ou “você é estúpido” ou “preguiçoso”, “você nunca vai ser ninguém”, “você não consegue fazer nada certo”;
abandono e rejeição.

O sentimento de abandono também pode ser gerado pela perda causada pela morte ou separação.

O que é verdadeiramente nocivo é a persistência, o padrão de repetição do abuso.

A criança que sofre abuso emocional acredita que é a única responsável pelo abuso de que é vítima.

A tecnologia moderna tem levado a novas formas de abuso, por mensagens de texto: cyber-bullying.

Adultos que sofreram abuso infantil quando criança tendem a ter uma compulsão à repetição, que é o mecanismo que o inconsciente tende a buscar situações que possibilite reviver situações que foram geradoras de conflito e sofrimento psíquico.

Se lembrarmos que por volta dos 3 anos de idade, o cérebro da criança chegou a quase 90% do seu tamanho adulto, podemos imaginar o estrago causado por qualquer tipo de abuso, principalmente até essa idade.

  • Negligência física: inclui a não prestação de cuidados médicos básicos, a falta de alimentação adequada, má higiene e uso de vestuário impróprio ao clima ou em mau estado e as situações em que é abandonada ou deixada sem vigilância por períodos longos.
  •  Negligência emocional: quando as necessidades emocionais da criança são ignoradas, com privação do afeto e suporte emocional necessários ao seu desenvolvimento pleno e harmonioso.

Qual a diferença entre abuso e negligência?
No abuso há uma ação que atinge a criança (agressão física, abuso sexual, abuso emocional), a negligência é um abuso por omissão.

A negligência emocional da criança consiste de atos de omissões que causem danos psicológicos, cognitivos e físicos à criança. Também são considerados os casos de exposição da criança a episódios de violência familiar, uso de drogas, prostituição e os casos de abandono da criança por período de tempo significativo sem supervisão adequada, seja em casa ou na rua.

A negligência tem consequências iguais ao abuso emocional.

Uma forma particular de abuso do sistema e que não é frequentemente mencionada na literatura, é o abuso emocional em contextos educacionais. Uma série de estudos têm indicado que professores geralmente usam o abuso emocional como prática disciplinadora punitiva como um meio de exercer controle.

 

  • Consequências do abuso emocional:
    – necessidade de reconhecimento e aprovação;
    – transtorno de ansiedade;
    – depressão;
    – baixa autoestima;
    – sentem-se inferior e inadequado;
    – insegurança;
    – estresse pós-traumático;
    – perfeccionismo;
    – rigidez;
    – medo persistente;
    – somatização;
    – hipervigilância;
    – risco de suicídio.

Podem ainda, se tornarem submissos, passivos, indefesos, acreditando ser merecedores dos abusos sofridos.

  • Perfil dos pais:
    Extremamente exigentes, autoritários, críticos, e possivelmente, sofreram abuso quando criança.

Pesquisadores constataram que aqueles que passaram por esse tipo de experiência tendiam a ter sequelas em maior nível do que os que sofreram violência física ou sexual.

 

– Ver também: